Luana Vitra é artista plástica formada pela Escola Guignard (UEMG), dançarina e performer. Cresceu em Contagem, cidade industrial que fez seu corpo experimentar o ferro e a fuligem. Gestada entre a marcenaria (pai) e a palavra (mãe), se movimenta como reza em busca da sobrevivência e da cura das paisagens que habita. Entende o próprio corpo como armadilha, e sua ação como micropolítica na lida com a materialidade e espacialidade que seu trabalho evoca, confronta e confunde.


Durante a Resiliência: Residência Artística, Luana fez um paralelo entre a ferrugem, que dentro do seu trabalho seria a memória do ferro, com a memória de corpos pretos. Ela reflete através dessa experiência sobre a importância da partilha da memória entre corpos racializados. Não se trata necessariamente de um processo de voltar a origem, como acontece com o ferro, mas ocorre no sentido de se voltar para origem, como uma orientação corporal, onde o corpo se volta para uma experiência cultural que pronuncia o que foi silenciado.

Ela ativa esse campo reflexivo através da eletrólise, onde, por meio da água e da eletricidade, torna-se possível transferir ferrugem de um objeto para outro, compartilhando assim a memória que é isca para que o ferro possa com o tempo voltar a ser pó.


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